Conforme mencionamos em outros posts, a realidade aumentada (RA) é uma tecnologia inovadora que, além de fortalecer o engajamento dos clientes com a marca, traz a experiência de compra da loja física para dentro da sua casa, permitindo que o consumidor verifique se o produto a ser comprado cabe e combina com o ambiente onde o produto vai ficar.
Embora a aceitação da tecnologia de realidade aumentada esteja crescendo exponencialmente a cada ano que passa, muitas pessoas ainda não compreendem o funcionamento da tecnologia e o que é necessário para viabilizá-la em seus canais de vendas. Uma das principais tecnologias envolvidas nesse processo – que não é novidade para a indústria e o varejo – é a digitalização dos produtos em modelos 3D.
Simplificando o processo, a tecnologia de RA oferecida pela R2U consiste basicamente na exibição de um modelo 3D projetado na sua casa, através da visualização de uma câmera em smartphones e tablets. Os modelos 3D produzidos e otimizados pela R2U têm o intuito de trazer o equilíbrio entre a leveza e o hiper-realismo, pois os usuários devem enxergar os produtos como se estivessem realmente em seu espaço, com o menor tempo de carregamento possível.
Para a preparação desses modelos 3D para realidade aumentada, são utilizadas diferentes técnicas como:
- modelagem;
- escultura;
- 3D scanning;
- otimização.
Por isso, nesse post, trataremos sobre esse último processo, a otimização, que é realizada quando uma empresa já possui os modelos 3D de seus produtos e quer aproveitá-los para a experiência de realidade aumentada.
Otimização de modelos
Dentre a lista de técnicas de produção de conteúdo em 3D, a otimização de modelos normalmente é uma das mais eficientes quando se fala de velocidade de produção, pois oferece aos artistas 3D uma base sólida e detalhada para guiar o resultado final do 3D. Dessa forma, os artistas conseguem aproveitar os detalhes do modelo original, que poderiam passar despercebidos, caso os artistas estivessem apenas olhando fotos de referência ou a ficha técnica do produto.
Quanto melhor a qualidade do modelo 3D original, melhor será o aproveitamento dele para o resultado final, pois em casos em que o modelo original já apresenta uma qualidade baixa, muitas vezes é até melhor iniciar uma modelagem do zero do que aproveitar o modelo original.
Via de regra, circulam alguns tipos de modelos 3D de produtos na indústria e no varejo, e todos eles podem ser aproveitados para facilitar o trabalho do time de 3D na produção do conteúdo para Realidade Aumentada. Podemos categorizar esses modelos em 3 tipos principais:
- Modelos 3D de fabricação;
- Modelos 3D poligonais;
- Modelos 3D de arquitetura.
Modelos 3D de fabricação
Os modelos de fabricação são normalmente utilizados em momentos anteriores à produção dos produtos, como prototipação ou algum processo produtivo na fábrica, como usinagem. Os modelos de fabricação normalmente são mais completos e pesados (certos modelos de produtos tem mais de 1 GB), pois armazenam informações detalhadas e internas do produto, como parafusos, engrenagens, e todos os componentes necessários para o funcionamento do equipamento.
Normalmente são utilizados programas CAD para o desenvolvimento desses modelos, e temos como alguns principais exemplos as ferramentas Solidworks, Rhinoceros e Fusion. Esses programas são utilizados principalmente para acelerar o processo de modelagem de produtos que possuem componentes mecânicos, já oferecendo funcionalidades prontas para auxiliar na prototipação.
Esses programas exportam diferentes formatos de modelos 3D, entre eles .STP, .STL, .IGS, .DWG, .DXF. Esses arquivos são bastante pesados, portanto, para otimizá-los para realidade aumentada, é necessário simplificar o modelo o máximo possível. Por exemplo: remover todos os componentes internos que não agregam valor à experiência de RA (parafusos, porcas, engrenagens, mecanismos internos etc.). Além disso, esses formatos exportados dificilmente possuem informação de tecidos, cores e painéis do produto, sendo necessário que o time recrie esses elementos no modelo 3D para RA.
Modelos 3D poligonais
Os modelos 3D poligonais são os modelos produzidos nos softwares de modelagem mais modernos, e são os mais indicados para artistas que trabalham nas principais empresas das indústrias de filmes e games. São softwares de menor precisão, porém, são mais otimizados e flexíveis quando a prioridade é o aspecto visual do modelo. Também são muito versáteis, permitindo que seja possível, além da modelagem, criar materiais, animações e render, que é a produção de imagens hiper-realistas.
Entre alguns dos principais softwares de modelagem 3D estão o Blender, Maya, 3DS Max e Cinema4D. Cada software tem as suas particularidades, vantagens e desvantagens dentro do universo de 3D, porém, todos podem ser utilizados na produção de modelos 3D dos seus produtos. Eles também possuem seus próprios formatos de arquivo, porém todos permitem a exportação do modelo 3D em formatos padronizados, que podem ser abertos em múltiplos softwares, como o .FBX, o .OBJ e o .GLB. O trabalho de otimização desse tipo de modelo normalmente é mais simples que os modelos de fabricação, pois, normalmente, o modelo já contém informação de materiais e texturas e não traz o foco das partes internas dos produtos.
Esses modelos são os mais utilizados para as equipes de marketing produzirem renders, campanhas de vídeo, anúncios 3D e todo tipo de conteúdo de produto que utiliza a tecnologia.
Modelos 3D para arquitetura
Existem também uma série de modelos 3D de produtos que atualmente são bastante utilizados por arquitetos e designers em seus projetos, principalmente tratando-se de design de interiores. Esses modelos têm como principal intuito tangibilizar o projeto do arquiteto para os seus clientes, já trazendo uma ideia do estilo de móveis e eletrodomésticos que combinam com o ambiente que está sendo desenvolvido.
Hoje existem alguns principais softwares de 3D voltados para arquitetura, o maior deles sendo o Sketchup. Logo em seguida vem o Revit e o Archicad, sendo conhecidos como “softwares BIM”.
Os softwares de 3D para arquitetura têm como principal objetivo facilitar a modelagem de edificações e, hoje, são uma evolução dos desenhos técnicos das plantas 2D de terrenos. Sendo assim, o propósito desses softwares não é a funcionalidade de modelagem 3D em si e, sim, a apresentação de ambientes internos e externos, tendo como principal funcionalidade modelar paredes, portas, telhados, janelas, entre outros. Quando é necessário incluir objetos internos como móveis ou decorações, o processo mais comum é importar objetos que foram modelados em programas poligonais. Porém, não é raro encontrar objetos que foram modelados em programas para arquitetura e, na maioria das vezes, possuem uma qualidade muito baixa.
Padronização de formatos de 3D
Como você pôde ver, dá para imaginar o trabalho que as empresas têm hoje para lidar com todos esses tipos de formato de modelos 3D, entre elas estão:
- Equipes de design de produto trabalhando com formatos de engenharia para prototipação;
- Equipes de marketing utilizando um formato poligonal para produção de renders e campanhas de vídeo;
- Equipes de vendas utilizando um formato de arquitetura para ser distribuído aos arquitetos.
Além disso, ao trazer uma redundância de modelos 3D dentro da empresa, fica difícil acompanhar quais formatos são as versões finais do modelo e qual 3D tem que ser alterado para cada fim. Vale ressaltar também que diferentes formatos de 3D normalmente exigem diferentes licenças de software.
Dentro desse contexto, dois formatos de arquivo 3D foram ganhando espaço no mercado como formatos padrão de modelos 3D, e são eles que definem hoje o padrão de realidade aumentada e experiências web. Esses formatos são o .GLB e o .USDZ, que são os formatos incentivados pelos ecossistemas do Google e da Apple, respectivamente.
Parece complicado essa quantidade de ferramentas e formatos de arquivo, não é mesmo? Porém, acreditamos que essa padronização de formatos acabe ganhando cada vez mais espaço e sejam mais utilizados, simplificando os processos para as equipes. Até chegarmos lá, você pode enviar todos os formatos de arquivos mencionados para nós, que fazemos esse trabalho de transformação do seu arquivo em modelos prontos para experiências web e imersivas.
Conclusão
Aqui na R2U, garantimos que toda a complexidade de otimização de modelos fique do nosso lado, e você apenas precisa localizar dentro da sua organização o modelo 3D correspondente aos seus produtos, pois há uma grande possibilidade de esse modelo já existir dentro da sua empresa. Converse conosco caso queira aproveitar todos esses modelos 3D que você já têm e trazer uma nova utilidade para eles, oferecendo uma experiência incrível para os seus clientes.
* Artigo escrito por Gabriel Arakaki, Head de Produtos da R2U